“TVM é uma caixa de ressonância em crise” – afirma Nini Satar

A 20 de Fevereiro passado, o Conselho de Administração da TVM fez circular um comunicado interno, no qual dizia que o Ministério de Economia e Finanças havia informado do corte de 60 por cento da dotação mensal do subsídio

TVM: uma caixa de ressonância em crise!

“Por mais que se tente tapar o Sol com a peneira, a verdade é que o país está de rastos. A economia moçambicana não se aguenta. Já foram tantas as empresas públicas que declararam abertamente não terem condições para se manterem “vivas”. Há exemplos a mencionar: LAM, CFM, Mcel, EDM, TDM, entre tantas.

A EDM até está a dever 50 milhões de dólares à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Custa-me crer como é que isto aconteceu. Os grandes consumidores da energia eléctrica são empresas estatais, que também não pagam à EDM. A par disso está o facto de esta empresa servir de saco azul dos camaradas, como todas as empresas públicas.

Quem, dentre nós, não sabe que o dinheiro que o pobre povo desconta para o INSS serve para o refastelamento dos camaradas? Constroem casas sumptuosas, vivem uma vida de luxo explorando o pobre povo moçambicano, povo trabalhador cuja sua importância só se verifica à altura das eleições. Em 2018 o povo será muito importante por causa das eleições autárquicas!

Desta vez são as caixas de ressonância que estão em apuros. Primeiro foi a AIM (em parte desfalcada por Gustavo Mavie), depois o “Notícias” (que até aboliu os cadernos de economia e cultural por falta de papel), e agora é a TVM. É neste canal onde os camaradas se apoiam. Este é o instrumento difusor da propaganda frelimista. O poder político até faz a planificação editorial da TVM. Faz o alinhamento do telejornal, censura a Renamo e outros partidos políticos da oposição, mas o dinheiro que lhe sustenta vem do bolso do pobre cidadão.

A 20 de Fevereiro passado, o Conselho de Administração da TVM fez circular um comunicado interno, no qual dizia que o Ministério de Economia e Finanças havia informado do corte de 60 por cento da dotação mensal do subsídio do défice de exploração para o ano 2017.

É deste valor que também são pagos os salários dos trabalhadores, porque as receitas que a TVM produz são insuficientes. Assim sendo, os trabalhadores não passarão a auferir os seus salários à data combinada (20 de cada mês). Há-de passar a ser em data conveniente, isto é, quando haver dinheiro. Tufa!

O que será dos trabalhadores da TVM, habituados a auferir os seus salários atempadamente? Continuarão a ser caixa de ressonância de um Governo incapaz? A Frelimo já mostrou que não tem unhas para tocar esta guitarra que se chama Moçambique. É como se fosse um elefante em loja de porcelanas.

Este partido estragou tudo. Sugou tudo. Toda a desesperança que se está a viver, em Moçambique, foi causada por um único partido: a Frelimo. Os que contraíram as famosas dívidas ocultas são dirigentes da Frelimo. São os mesmos que vivem na fartura, têm boladas, controlam os jazigos de gás, minas de rubis, oferecem madeira aos chineses em troca de migalhas. E o povo fica a ver navios….

Todas as caixas de ressonância agora estão a bater com os burros na água. Daqui a pouco será a RM. A fome dos camaradas fez com que engolissem todo o dinheiro. Não há para mais ninguém. Decapitaram a esperança de mais de vinte milhões de moçambicanos. E ainda dizem-se partido maduro e experiente. Pode até ser: maduro no roubo, pilhagem. Experiente em falcatruas, promiscuidade…

Não anda ai o slogan de que “A Frelimo é que fez…a Frelimo é que faz” ? O outro não diz que “Quem não gosta da Frelimo o problema é dele”? Sempre me pergunto: o que é a Frelimo? Um partido político ou um grupo de gangsters que vorazmente querem tirar tudo o que Moçambique tem?

E o meu pobre povo ainda vai votar. Parece comédia….

PS: Em jeito de brincadeira, tenho dito sempre aos meus amigos que quero fundar um partido político. Mas não posso, ou seja, me é impossível. Já estou filiado a um outro partido do qual tanto gosto, apesar de tudo. Sou da Frelimo. E nunca vou esconder isso de ninguém.

Seja como for, não posso deixar de criticar a Frelimo quando vejo que algo anda mal. Não sou o único a fazê-lo. Exemplos há de Jorge Rebelo, Óscar Monteiro, Sérgio Vieira e tantos outros. Sou da Frelimo, mas não sou cego. Ou por outra: não sou fanático.

Por outro lado, este não é a Frelimo de Samora Machel. A Frelimo de hoje é esquisita. Embora fosse miúdo, lembro-me que quando Samora morreu Moçambique todo chorou. Havia, de facto, morrido o pai da nação. O país todo, do Rovuma ao Maputo, viu-se órfão de pai. Haverá um dia um dirigente justo para com o seu povo, como Samora foi? Duvido…

E pessoas há aqui no Facebook que me criticam severamente quando lanço farpas à Renamo. Quem disse a essas pessoas que a Renamo é perfeita? Gostar de um partido não significa ser surdo e mudo. Tem que chamá-lo à razão quando faz coisas erradas. Temos que às vezes ser imparciais. Nini Satar é da Frelimo, mas nunca vai deixar de criticar a Frelimo quando conduzir mal o país. O mesmo fará quando se tratar da Renamo ou qualquer outro partido político”.

Nini Satar

Author: Redacção

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