Máximo Dias, conceituado advogado moçambicano, anunciou que vai terminar a sua carreira ao serviço da justiça, em uma semana.
Ao fim de cerca de 50 anos de exercício, Dias deixa a advocacia com algumas críticas ao sistema, denunciando casos de corrupção e sentenças condicionadas a valores monetários.
“Há magistrados sérios que merecem o nosso grande respeito. Há magistrados que se deixam vender e fazem sentenças de acordo com o dinheiro que recebem, isso é que é vergonhoso” disse.
Dias, com mais de 80 anos de idade, realçou que os casos maus não são muitos, mas são uma grande mancha para o sistema.
O jurista diz ainda que parte dos esquemas de corrupção no sistema tem nos advogados e escrivães os principais actores.
“Quando falamos de corrupção nos tribunais, não é o juiz que vai bater a porta. É o advogado que bate a porta do juiz a oferecer isto ou aquilo, é o escrivão que nos procura para fazermos corrupção e isso é grave, muito grave” disse.
Nas vésperas da sua retirada do exercício da advocacia, por razões de saúde, Máximo Dias faz um breve balanço das cinco décadas de exercício.
Para trás fica um balanço de mais de três mil processos, alguns bastante polémicos, como o desfalque do BCM, no qual defendeu um dos acusados.
Em termos de resultados, ganhou mais de 75% de processos.
VOA