O líder da do maior partido da oposição de Moçambique, Afonso Dhlakama, citado pela ‘DW África’, garante que o seu partido faz o que deve para tornar célere o diálogo político-militar que decorre em Maputo. Segundo o líder da Renamo, é a Frelimo que tem estado a complicar o processo de procura de uma solução definitiva.
O presidente da Renamo mostrou satisfação em relação ao trabalho dos mediadores internacionais. Para além da crise política, Afonso Dhlakama também falou à ‘DW África’ sobre os sucessivos assassinatos dos membros do seu partido, atribuindo culpa à Frelimo.
Questionado se confirma que os mediadores internacionais tenham tentado ir ao seu encontro para um diálogo, Dhlakama responde: «É verdade sim, só que a história não foi bem contada. Foi um assunto que tratei com o Presidente da República, o meu irmão Nyusi, a pedido dele., que alguns mediadores pudessem chegar aqui secretamente para não prejudicar o processo e aceitei que viessem. Vieram dois e para aceitar este encontro disse que os militares teriam de se retirar de algumas posições do governo no caminho por onde passariam os mediadores e ele prontificou-se a fazê-lo».
Afonso Dlhakama adianta que o Presidente da República lhe garantiu que já tinha mandado retirar todos os militares, quando na verdade era mentira. «Disse-me que já tinham saído, mas, na verdade, não se tinham retirado. Quando os mediadores já estavam perto do lugar do encontro, os grupos da Frelimo começaram a disparar em direção aos que vinham para a reunião e assim o encontro não aconteceu. Voltaram a apanhar o avião de regresso a Maputo. Faltaram à palavra, diria, o governo e o próprio Presidente que é comandante em chefe das Forças Armadas», lamenta.
Dlhakama não acredita que as forças armadas estejam a fazer coisas fora da decisão de Nyusi, na qualidade de comandante em chefe. «Eu sou político e general e dirigi a guerra dos 16 anos. Cresci na guerra e sei o que é um militar ou um comandante. Ninguém executa uma operação sem que o seu chefe saiba. Nyusi pode estar a fingir e a ser aconselhado a fazer as coisas de uma determinada forma. Portanto, não posso dizer que fações militares estejam a contrariar as ordens do comandante em chefe. Eles cumprem ordens, só que as ordens que dão secretamente, em termos de democracia, dão a entender que não estão envolvidos», acrescenta Dlhakama.
Num outro desenvolvimento, o líder da” Perdiz” diz haver alguma demora por parte dos moçambicanos, em particular do próprio governo.
(IN A Bola)