O coordenador dos mediadores das negociações de paz em Moçambique, Mario Raffaelli, pediu às partes que adiem até ao dia 18 de Outubro o recomeço das negociações previsto para hoje, para “possibilitar uma reflexão” sobre a resolução do conflito.
“O coordenador dos mediadores, Mario Raffaelli, chegou ontem à tarde [Domingo] a Maputo para comunicar às partes o pedido de adiar até ao dia 18 de Outubro a retoma das negociações no quadro da Comissão Mista, com vista a possibilitar uma reflexão quanto à melhor forma de acelerar a resolução das questões em discussão”, indicou em comunicado a Delegação da União Europeia em Moçambique.
O pedido do mediador da União Europeia e coordenador dos mediadores internacionais na Comissão Mista surge um dia depois de ter sido noticiado o assassínio de Jeremias Pondeca, membro da delegação da Renamo na Comissão Mista para a Preparação do Diálogo de Alto Nível.
Pondeca, antigo deputado e membro do Conselho de Estado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), foi assassinado a tiro no sábado em Maputo.
A União Europeia relaciona a necessidade de “reflexão” pedida por Raffaelli com a morte de Pondeca.
“Esta reflexão ganha mais pertinência com a notícia do assassinato brutal do delegado da Renamo Jeremias Pondeca, um acto horrível e condenável, mas que não deve conduzir a nenhum desvio de percurso na busca da paz. Só com o fim da violência, seja qual for a sua origem, pode ser construída, de facto, uma paz verdadeira e duradoura”, adianta o comunicado.
Os mediadores, escreve a Delegação da UE em Moçambique, expressam “os mais sentidos pêsames” à família do dirigente da Renamo assassinado e “reiteram o seu empenho em ajudar as partes a chegarem a um entendimento aceitável e positivo para todo o povo moçambicano”.
Mario Raffaelli encontrou-se hoje com cada uma das partes “e continuará nos próximos dias os contactos iniciados”, adianta a delegação.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder há mais de 40 anos) de ter cometido fraude no escrutínio.
Fonte: SAPO