A Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP) defendeu [ontem] a mobilidade de médicos a nível da CPLP, sobretudo jovens para especialização e aperfeiçoamento, e exortou os líderes políticos a disponibilizarem financiamento.
P
ara o presidente da assembleia da CMLP, José Manuel Pavão, a especialização é um estatuto que consagra ao médico o exercício de uma medicina e assistência de qualidade, com a devida responsabilidade jurídica, considerando ser “urgente” a mobilidade destes no espaço lusófono.
Em Luanda, à margem de um encontro da CMLP, promovido pela Ordem dos Médicos de Angola, José Manuel Pavão apontou para a necessidade de os médicos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) avançarem para especializações, visando acudirem as carências dos respetivos países.
E exemplificou com o caso da Guiné-Bissau, que se debate com a falta de médicos especialistas, referindo existir um grande movimento de médicos que procuram nos hospitais e países uma especialização e que aguardam meses e anos por respostas.
De acordo com o médico português, reformado e especialista em cirurgia cardíaca, os decisores políticos, especialmente os ministérios da Saúde a nível da CPLP, devem-se organizar melhor para garantirem a mobilidade e financiamento.
“E julgo que há aqui um problema político para resolver, que é o financiamento aos jovens médicos que aspiram às (…) especialidades, para servirem os seus países, o que tem sido difícil de concretizar”, concluiu José Manuel Pavão.
A bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, vice-presidente da CMLP, apontou igualmente a formação e especialização dos médicos como um dos desafios, referindo que “uma das lutas” constitui um maior intercâmbio entre os profissionais da CPLP. (LUSA)