Geraldo Carvalho, deputado da Assembleia da República pela bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi substituído, na semana passada, na Comissão de Defesa e Segurança, do Parlamento, e no seu lugar foi colocado o suplente Raimundo Pitágoras. A medida vem pôr termo ao braço-de-ferro que coloca o então chefe nacional de mobilização e a direcção do MDM, por este ter, de forma unilateral, abandonado a formação política liderada por Daviz Simango.
O conflito entre Carvalho e o MDM já se arrasta há bastante tempo, muito antes da realização das eleições autárquicas, tendo o deputado rompido o silêncio e apoiado publicamente a campanha eleitoral de Manuel Bissopo, derrotado pelo ”eterno autarca da Beira”. Geraldo Carvalho foi um dos que defenderam a substituição de Daviz Simango na lista dos candidatos do MDM ao Conselho Autárquico da Beira, situação que criou o isolamento do então chefe nacional de mobilização no seio do clã Simango, que nunca quis ceder a presidência da edilidade a outros membros.
A saída forçada de Geraldo Carvalho da Comissão da Defesa e Segurança foi-nos confirmada pelo porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e também deputado do parlamento, Sande Carmona. ”Não tenho muitos detalhes sobre isso, mas tive informações de que ele foi substituído na semana passada pelo colega e deputado, Raimundo Pitágoras, que era suplente na mesma comissão parlamentar”, disse a nossa fonte.
Refira-se que ainda se aguarda a decisão do Parlamento relativa à perda de mandato de Geraldo Carvalho e Ricardo Tomás, que já foram ouvidos pela comissão parlamentar de ética, sob proposta do Movimento Democrático de Moçambique. A destituição destes dois deputados deve-se pelo facto de os visados se terem filiado ao partido Renamo. “Carta” falou ontem com Carvalho. Ele disse que prefere não fazer comentários. “O certo é que continuarei na Assembleia da República em cumprimento das leis existentes, não pela vontade de pessoas”, disse. Geraldo Carvalho diz não ter dúvidas que está a sofrer uma perseguição política interna, movida pela liderança do Movimento Democrático de Moçambique.
(Sitoi Lutxeque / Carta)