Morreu o poeta e ensaísta Eugénio Lisboa (1930-2024)

Tinha 93 anos e era um dos maiores especialistas na obra de José Régio. Morreu no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, de doença oncológica.

O poeta, ensaísta e crítico literário português morreu aos 93 anos de doença oncológica. Era pai de João Lisboa, crítico de música do “Expresso”.

Tinha acabado de sair um livro seu, “Soneto – Modo de Usar”, editado pela Guerra & Paz, em cujo prefácio escrevia: “A verdade – é uma verdade que muitos não reconhecem – é que um poema ganha sempre com o esforço investido em escrevê-lo, quando tem de se confrontar uma dificuldade (…) Tal como o avião só levanta voo devido à resistência que o ar opõe à sua asa, também o poema só levanta voo quando algo resiste à vontade do poeta.” Este é o início de uma coleção de poemas criados por Eugénio Lisboa entre 2022 e 2023. Ele que morreu esta terça-feira, de doença oncológica, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, tal como a família o confirmou.

Nascido em Lourenço Marques, em 1930, daqui a um mês teria completado os 94 anos. Formou-se em Lisboa, no Instituto Superior Técnico, em engenharia eletrotécnica, antes de regressar a Moçambique para cumprir o serviço militar, e foi lá que se dirigiu suplementos culturais como “A Tribuna” ou “A Voz de Moçambique”. Mais tarde, em França, foi diretor-geral da Compagnie Française des Pétroles – atividade profissional que desenvolveu ao longo de 20 anos ao mesmo tempo que ensinava Literatura nas universidades de Lourenço Marques, Pretória e Estocolmo.

Diplomata durante 17 anos na Embaixada Portuguesa em Londres, como conselheiro cultural, presidiu à Comissão Nacional da UNESCO. Foi igualmente professor catedrático da Universidade de Aveiro e doutor honoris causa na de Nottingham, em Inglaterra.

Grande especialista em José Régio – dirigiu a publicação da obra completa na Imprensa Nacional – tem uma extensa produção ensaística sobre este e outros autores (como Jorge de Sena), além de ter publicado memórias e coleções poéticas. Numa grande entrevista ao Expresso, em 2021, disse que se considerava “europeu e africano”. (EXPRESSO)

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