Após o discurso de Filipe Nyusi que ameaçava: “hão-de ser tirados como capim comprido, que está a crescer sozinho”
ROSÁRIO FERNANDES BATE COM A PORTA DA DIRECÇÃO DO INE PORQUE: “SOU COERENTE NOS PRINCÍPIOS”
O Presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Rosário Fernandes, não suportou as pressões, muito menos, as ameaças do Presidente da República, Filipe Nyusi e pediu demissão por que alegamente é coerente nos seus princípios que o Governo do turno o impele a violar.
O INE sob o comando do Rosário Fernandes, ignorou os números do STAE e da CNE, corraborando com as constatações das Organizações da Sociedade Civil que alertaram em tempo útil que a população em idade eleitoral na província de Gaza não podia ser superior a 836.581 cidadãos, menos 329.430 pessoas do que os 1.166.011 recenseados em Gaza, denunciado a manipulação dos números por parte dos órgãos de administração eleitoral.
Num tom de desabafo e recados a mistura, discursando durante a inauguração das novas instalações do Ministério da Economia e Finanças, Filipe Nyusi, disse que “nós não podemos estar aqui a tentar contrariar, depois torna-se ridículo, as populações lá sabem bem as coisas que são”, em clara alusão à polémica do empolamento dos números em Gaza, que posteriormente foram destemidos pelo INE.
“Por que se você quer ser estrela não há-de ser uma estrela só, o meu pai dizia uma coisa, que lhe tenha o Deus lá, de que nunca machamba o capim que cresce mais sozinho é fácil o dono quando chega esse tira com a mão, agora aqueles que estão juntos não consegue tirar tudo porque não viu, hão-de ser tirados como capim comprido, que está a crescer sozinho”, disse Nyusi.
Certamente que Rosário Fernandes não gostou das “balas” e colocou o lugar a disposição. Diz que deixa a direcção do INE de consciência tranquila porque o seu compromisso é com as regras e padrões profissionais e não com pressões.
Antes de ocupar o cargo do presidente do INE Rosário Fernandes fez um trabalho notável na Autoridade Tributária, contudo, sem razões aparentes foi exonerado e transferido para o INE.
Os próximos dias prometem fazer rolar muita tinta.
(Jornal Confidencial)