Eleição de candidatos da Frelimo à próxima AR: Das saídas de “peso” às entradas “improváveis”

O partido no poder, a Frelimo, dedicou-se, fim-de-semana último, ao processo de selecção interna das figuras que vão dar cara por esta formação política na Assembleia da República (AR) e nas Assembleias Provinciais (AP), isto, para as Eleições Gerais marcadas para 15 de Outubro.

Tendo em conta os resultados deste fim-de-semana, é um dado adquirido, por exemplo, que Alberto Vaquina (Gaza), António Hama Tai (Cidade de Maputo), Danilo Teixeira (Cidade de Maputo), Edmundo Galiza Matos Jr. (Província de Maputo), actualmente deputados, não vão renovar os seus mandatos.

Apesar de estarem à porta da rua, resta ainda no fundo do túnel uma possibilidade, embora que remota, de reversão do quadro caso a Comissão Política haja em favor dos mesmo. Os deputados mencionados foram votados a lista das reservas. Ou seja, não conseguiram figurar da lista dos candidatos efectivos e caíram para lista dos suplentes e em posições de probabilidades “quase nulas” para chegar ao mais alto e importante órgão legislativo do país.

Aliás, é de notar, por exemplo, o caso dos deputados que, apesar de figurarem da lista dos efectivos, encontram-se em zona periclitante. Em zona de “elevadíssimo risco”, tendo em conta a redução do nível de popularidade do partido Frelimo, destacam-se, na cidade de Maputo, os deputados Esmerada Muthemba (antiga Primeira Secretária interina da Frelimo ao nível da cidade de Maputo), Pedro Cossa, Hermenegildo Imfante, antigo Primeiro Secretário da capital do país. Para o caso da capital do país, lembre-se, estão em disputa treze assentos.

No círculo eleitoral de Manica, que para a próxima legislatura vai eleger 17 deputados contra 16 da anterior, o actual primeiro vice-presidente da Assembleia da República, António José Amélia, encontra-se em situação de risco. António Amélia encontra-se na nona posição, numa província, onde se perspectiva mais uma luta renhida entre a Frelimo e a oposição.

Na presente legislatura, o partido no poder conseguiu eleger, naquele círculo eleitoral, oito deputados, sendo que os restantes assentos foram preenchidos pela Renamo.

As “caras novas” para a próxima legislatura são, de resto, de se fazer o devido realce. O destaque vai, sem dúvidas, para o empresário do ramo musical Faizal António, que concorre pelo círculo eleitoral de Nampula, onde estão em disputa 45 assentos.

Faizal António, conhecido pelo seu “lado generoso” para com a classe artística, está na confortável quarta posição na lista dos candidatos efectivos, sendo certa a sua entrada para a próxima legislatura da AR.

Cantarina Dimande, nora de Aberto Chipande (deputado) e actual conselheira do Presidente da República, é a outra “cara nova”. A conselheira do PR ocupa a quarta posição, depois de António Niquice (deputado) e Helena Música (deputada), na lista dos candidatos efectivos para a cidade de Maputo.

Ainda na capital do país, destaca-se também o empresário do ramo dos transportes e conhecido por patrocinar o torneiro de pré-época futebolística, na cidade de Maputo, denominado T 8 Mavila Boy. Chama-se Crimildo Mavila e ocupa a décima posição, isto depois de Esmeralda Muthemba.

É de notar, ainda na cidade de Maputo, o facto de o jornalista desportivo da Televisão de Moçambique (TVM), Agostinho Mavota, figurar da lista dos suplentes, precisamente na quarta posição depois de Danilo Teixeira, secretário-geral da Organização Continuadores de Moçambique.

 Importa ainda fazer menção a situação dos deputados que, praticamente, “garantiram a sua continuidade” na chamada “Casa do Povo”. São eles, Agostinho Vuma, Daniel Matavele, Edson Macuácuà, Alves Zitha, Margarida Mapadzene Chongo, ambos para a província de Gaza, Francisca Tomás (Manica), Eduardo Silva Nihia, Marquita Jaime, Francisco Mucaheia, Rosário Mualeia, para a província da Nampula.

Para já, não se tem ainda, para o caso da Eleições Provinciais, as identidades das figuras que vão disputar o posto de Governadores de Província. Estas figuras, soube “Carta”, serão escolhidas, a dedo, pelo Presidente do Partido, no caso Filipe Nyusi, usando do seu mais alto critério, isto, depois de ouvir a Comissão Política.

No que respeita as vacaturas para o cargo de deputado da Assembleia da República, os militantes daquela formação política escolheram, entre sábado e domingo, os candidatos a deputados e os respectivos suplentes.

Entretanto, tal como demanda a directiva partidária, foram deixados, em cada círculo eleitoral, um a dois assentos que serão preenchidos por figuras a serem escolhidas pela Comissão Política, onde se espera que venham a ser salvas algumas “figuras de proa”, que não passaram a nível das bases.

Concretamente, as eleições internas havidas, este fim-de semana, que decorreram à escala nacional, foram, de resto, repletas de muitas surpresas. O processo culminou com a queda de figuras cotadas (que tinham até pouco tempo a renovação garantida) e entrada de “desconhecidos”. (Ilódio Bata)

Carta

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