O julgamento do pedido de extradição para os EUA de três antigos banqueiros do Credit Suisse acusados de envolvimento no processo de dívidas ocultas de Moçambique foi ontem adiado para 11 de Novembro no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres.
O neozelandês Andrew Pearse, antigo diretor do banco Credit Suisse, o britânico Surjan Singh, diretor no Credit Suisse Global Financing Group, e a búlgara Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo, aguardam a extradição para os EUA, na sequência de um processo por “fraude de grande escala” pela justiça norte-americana.
Segundo a acusação, estima-se que tenham recebido mais de 50 milhões de dólares em subornos e comissões irregulares. Numa audiência no tribunal de magistrados de Westminster, em Londres, na tarde ontem, o julgamento foi adiado para 11 de Novembro e prevê-se que se prolongue por quatro a cinco dias.
Os três suspeitos foram inicialmente detidos em 03 de Janeiro e estiveram presentes esta sexta-feira na sala do tribunal, mas foram libertados e renovadas as medidas de coação, a apreensão dos passaportes e a impossibilidade de viajar, bem como nomeadamente a apresentação regular numa esquadra de polícia.
Pearse, Singh e Subeva são suspeitos de contornar e defraudar os sistemas de controlo interno dos bancos, de omitir informações importantes sobre a probabilidade da corrupção nestas transações e de eliminar e substituir regras impostas pelo grupo financeiro.
O processo iniciado pela justiça norte-americana aguarda também a extradição do antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang, da África do Sul, enquanto o negociador do grupo de construção naval Privinvest, o libanês Jean Boustani, já está detido nos EUA.