Filha de Eduardo Mulémbwè condenada à prisão nos EUA

O comunicado refere que Nélia Angelina Mulémbwè foi sentenciada no dia 20 de Junho, pela juíza Márcia Crone, Estados Unidos da América

Nélia Angelina Mulémbwè, filha do antigo presidente da Assembleia da República de Moçambique e influente membro da Frelimo Eduardo Mulémbwè, foi condenada a seis meses de prisão por prática de “escravatura moderna”, refere um comunicado da Procuradoria Distrital do Texas Oriental, nos EUA.

O comunicado refere que Nélia Angelina Mulémbwè foi sentenciada no dia 20 de Junho, pela juíza Márcia Crone.

A ré, 37 anos e residente em Dallas, EUA, declarou-se, perante o tribunal, a 20 de Fevereiro do ano em curso, culpada pelos crimes de fraude e uso ilegal de vistos e outros documentos.

A nota de imprensa adianta que, de acordo com informações apresentadas em tribunal, as forças da lei e ordem norte-americanas receberam denúncias de que Nélia Angelina Mulémbwè mantinha “cativa” no seu apartamento uma cidadã moçambicana. Ao que o SAVANA apurou junto de fontes familiares, a queixa foi feira pelo namorado, um norte-americano, que terá ficado contrariado com as humilhações infligidas por Nélia Mulémbwè a cidadã moçambicana. Antes de partir para os Estados Unidos, a empregada doméstica, de 16 anos de idade, vivia no bairro Luís Cabral, arredores da cidade de Maputo.

Uma investigação das autoridades norte-americanas apurou que a vítima era empregada doméstica e ama dos dois filhos de Nélia Angelina Mulémbwè em Moçambique. Em 2015, a acusada requereu um visto para a vítima, declarando que a mesma era estudante e que iria ficar nos EUA um mês.

Nos EUA, a vítima dormia num colchão no quarto dos filhos de Nélia Angelina Mulémbwè e trabalhava sem horários, até ser resgatada por agentes federais em Junho de 2017.
Ao longo deste período, a vítima não recebeu nenhum pagamento em troca, mas a sua família auferia em Moçambique o equivalente a 70 dólares.

Nélia Angelina Mulémbwè foi condenada ainda ao pagamento de 108. 699.25 dólares à vítima pelo tempo em que esta trabalhou sem receber.

Escravatura moderna

“Tráfico de mão-de-obra é escravatura dos tempos modernos”, declarou o procurador do caso.
O procurador prosseguiu dizendo que “os casos envolvendo tráfico para o comércio sexual parecem chamar mais atenção, mas casos em que as pessoas são obrigadas a trabalhar a troco de nada estão a tornar-se mais comuns”.

Estas situações, continuou, são a negação de direitos humanos básicos e as vítimas são particularmente pessoas vulneráveis.

“As autoridades judiciais vão continuar a investigar e levar à justiça estes casos e esperamos que qualquer pessoa que tome conhecimento destas situações as denuncie”, declarou o representante do Estado no caso.

O caso de Nélia Angelina Mulémbwè foi investigado pelo Gabinete do Inspector-Geral do Departamento do Trabalho, Departamento do Estado dos Serviços de Segurança Diplomática (DSS) e pelo FBI (Federal Bureau of Investigation).

Savana

Author: Redacção

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