O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, morreu, de acordo com a Sapo. Dhlakama deve ter morrido a bordo de um helicóptero que o tentava levar para um tratamento médico depois de uma grave crise diabética, segundo escreve o Público.
De nome completo Afonso Macacho Marceta Dhlakama, o líder da Renamo nasceu a 1 de Janeiro de 1953, em Mangunde, distrito de Chibabava em Sofala. É filho de um líder tradicional, o régulo Mangunde.
Dhlakama ingressou na FRELIMO em 1974, mas abandonou o Movimento em pouco tempo, tornando-se um dos fundadores da Resistência Nacional de Moçambique. Foi quando morreu André Matsangaíssa, em combate na Gorongosa, a 17 de Novembro de 1979, que Dhlakama tornou-se presidente do movimento tendo assumido as rédeas em 1980. Dhlakama assumiu assim a guerrilha com 27 anos de idade. Foi com a sua liderança que guerra civil, que durou 16 anos, se expandiu para todo o território nacional e desestruturando o país ao nível económico e social. O que levou o governo a negociar com o regime do Apartheid que financiava a Renamo um acordo de não agressão em 1984. No tal acordo o governo moçambicano deixaria de apoiar o ANC que lutava contra o então regime sul-africano, e este por sua vez a Renamo.
Em finais da década de 80, Afonso Dhlakama dirige do lado da Renamo as negociações com o governo na altura liderado por Joaquim Chissano o Acordo de Paz, sob mediação da Igreja Católica em Roma, tendo como principal agenda a desmilitarização da Renamo e integração dos seus efectivos nas Forças de Defesa e Segurança Nacionais e a introdução do Multipartidarismo, um Estado de Direito Democrático em Moçambique e realização periódica de eleições. Após consensos, a 4 de Outubro de 1992 viria a assinar o acordo com o então presidente da República, Joaquim Chissano em Roma na Itália.