O antigo chefe das forças armadas do Zimbabwe que liderou a operação militar que pôs fim a 37 anos de Robert Mugabe no poder foi nomeado vice-presidente do partido no poder, anunciou hoje a Presidência.
O general na reforma Constantino Chiwenga foi nomeado “com efeito imediato” para braço direito do novo Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, na direção do ZANU-PF, declarou em comunicado o secretário de imprensa presidencial George Charamba.
O ex-ministro da Segurança Interna de Mugabe, Kembo Mohadi, também foi nomeado vice-presidente do partido.
Defensores do regime desde a independência do país em 1980, os militares intervieram na noite de 14 para 15 de Novembro nas ruas de Harare para denunciar a demissão por parte de Mugabe do vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Colocado sob prisão domiciliária, o ex-presidente de 93 anos renunciou uma semana depois.
O afastamento de Mnangagwa desencadeou um conjunto de reacções em cadeia, culminando com a intervenção do exército que tomou o controlo do poder e impediu Mugabe, de 93 anos, de continuar a manobrar politicamente para que a mulher, Grace, o substituísse na presidência do país.
Grace Mugabe foi também expulsa, “para sempre”, da União Nacional Africana do Zimbabué — Frente Patriótica (ZANU-PF, no poder), juntamente com dois dos ministros mais próximos de Robert Mugabe, os da Educação Superior, Jonathan Moyo, e o das Finanças, Ignatius Chombo.
Mnangagwa foi nomeado Presidente interino até as eleições programadas para meados de 2018, tendo já nomeando vários generais para o Governo e funcionários da Zanu-PF.
O candidato presidencial de Zanu-PF, Mnangagwa, prometeu eleições “livres e justas”, embora os seus críticos duvidem disso, lembrando que ele foi um dos executores da repressão ordenada durante a era de Mugabe.