Beef entre Força Suprema e Projecto X: Big Nelo põe ordem no circo
O eco e as provocações a volta do atrito entre o Projecto X e a Força Suprema tem ganho cada vez mais força desde o lançamento do EP do grupo da Linha de Sintra intitulado “Caveira”. Big Nelo não escapou às linhas de NGA e claramente está do lado do Projecto X na qualidade de agente do grupo. O risco de o confronto sair das palavras é eminente, mas Big Nelo garante que está tranquilo, que isso não vai acontecer. Sobre as indirectas nas músicas, o CEO da B26 diz não estar igualmente preocupado e que desde que fique pela música é pacífico. Para ele, o mais importante é entreter o público e não se fixar apenas em Beef’s. Foi isso mesmo que abordou com os dois grupos. Siga a entrevista exclusiva que Big Nelo concedeu a Rádio Sem Anestesia.
Como é que a produtora B26 e o Big Nelo em particular tem encarado o beef entre o Projecto X e a Força Suprema?
Isso faz parte. Para quem faz hip-hop e está habituado às batalhas e beef’s isto é uma coisa natural. Aliás, SSP também vem dos grandes beef’s com a GC unit. Penso que quem está envolvido no hip-hop e manda punchilnes deve estar preparado para receber punchilnes, isso é assim. Quem está na guerra não pode estar a espera de fores. Eu, enquanto CEO da B26, encaro isso na boa. Estou a olhar para a coisa como música, objectivos, etc. Entre os rappers vai surgir sempre aquela coisa de um achar que é melhor que o outro, isso sempre foi assim e sempre será.
O Big Nelo incentiva esse confronto verbal?
Não é uma questão de incentivar. O rap em si sempre teve esse lado do egocentrismo, quem conhece hip-hop sabe. Qualquer rapper que faz uma rima pela primeira vez já diz que é o melhor. SSP também cantava que era o melhor e outros grupos que nem sequer tinham feito um terço do que o SSP fez também cantavam que eram os melhores. Depois as pessoas tem de ter bem os pés assentes no chão e saberem para onde querem ir porque depois do beef, no fim do dia, o público quer ouvir música, o público quer entretenimento e só o beef não sustenta nada. Daí para frente tem de haver mais do que isso porque o beef as pessoas esquecem depois de uma ou duas semanas. Depois disso tem de haver música e estratégias de marketing, etc. não adianta só fazer música de beef se não tiveres uma estratégia.
Então podemos dizer que esse alvoroço todo, no ×nal das contas, é para entreter o público e fazer dinheiro?
O hip-hop sempre teve isso de os artistas mandarem punchilnes e entreterem o público. Eu acho que desde que fique na música não há problemas.Quantas pessoas mandaram punchilnes para o Big Nelo e hoje trabalham comigo ou participo em suas músicas? Acho que as pessoas não devem levar isso muito a peito. Muitos fãs levam isso muito a peito, acho que isso é entretenimento e no fim do dia isso acaba por passar. Temos de olhar pela música, para a mensagem. Acho que não existe um disco de rap em que não se pode encontrar um beef, tem de haver uma linha para alguém, isso faz parte da cultura hip-hop. Eu tenho dito que o que conta é a musicalidade porque o público ouve beef mais o que ele mais espera é música. Para tu teres 15 ou 20 concertos tens de ter muito mais do que beef e muitos artistas ficam estagnados nisso e não conseguem fazer o step up.
Nesta semana o Beef entre a Força Suprema e o Projecto X subiu de tom e há tendências disso extravasar o contexto musical. Isso não preocupa o Big Nelo?
Eu enquanto artista não posso proibir as pessoas ou suprimir o seu lado de inspiração ou composição, desde que fique na música, repito. Tanto a Força Suprema como o Projecto X, neste sentido, eles já perceberam. Tive a oportunidade de conversas com eles e reiterei isso mesmo: façam música, mandem pushilines desde que fique na música é pacífico.
E se, de facto, passar da música Big Nelo pretende fazer alguma coisa?
Nao vai chegar a esse ponto.
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