Hesitei entre escrever ou não este post. E escrevo porque ganhou a voz deste meu outro eu, destemido e com três tomates, porque, como dizia o Comandante Che Guevara, “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira”.
Ora bem: após a derrota retumbante da Frelimo na intercalar de Nampula, a Procuradoria-Geral da República (PGR), com conhecimento da presidente da Assembleia da República, Presidência da República e do secretário-geral do partido no poder, fez circular um email interno no qual dizia e passo a citar:
“Às 5:49 da manhã de quarta-feira, Nini Satar publicou no seu mural do Facebook um texto com o título ‘Dorminhocos vamos votar’. Era um texto que incentivava os munícipes de Nampula a votarem na oposição. E mais uma vez, caros colegas, este indivíduo nos afrontou. Não restam dúvidas que se não fosse o conteúdo subversivo do seu texto, o nosso candidato teria saído vitorioso (…)”.
É uma pena. Foram esfarelados e agora procuram bodes expiatórios. Muitos aqui leram o meu texto. É verdade que tenho muitos seguidores, ou seja, a minha página do Facebook passou a ser de uma leitura obrigatória, mas daí atribuir-lhe essa grandeza de poder influenciar uma eleição, são outros quinhentos.
Ademais: os que leram o texto (existem os que põe likes, comentam e os que nem por isso) puderam ver que nada de subversivo trazia. Eu, Nini Satar, simplesmente incentivei os munícipes de Nampula para que fossem exercer o seu direito cívico. Não lhes indiquei em que candidato deviam votar. E mesmo se tivesse feito isso, não haveria aqui problemas. Afinal Moçambique não é um país democrático?!
Tudo o que acontece em Moçambique- sobretudo de errado- é Nini. Pensei que essa doença do pessoal da Procuradoria tinha sido curada. Afinal resiste à medicação. Se fosse ferida, estaria a gangrenar.
Esse puxa-saquismo todo é para garantirem o pão. Se foram esfarelados a culpa não é minha. A eleição foi limpinha, limpinha. Ganhou quem trabalhou. Roubam o povo e pensam que vai ficar por isso?
A Procuradoria está a imiscuir-se em assuntos que não lhe dizem respeito. Afinal, pertence ao poder judicial ou político? Isto faz-me confusão. Alhos e bugalhos no mesmo saco…
Nini Satar não é responsável pelas dívidas ocultas e nem foi ele que disse a Procuradoria para deixar de prender os ladrões que roubaram aos moçambicanos. Nini Satar tem os seus defeitos porque é humano, mas não o metam em saco roto dos camaradas. Deixem-no viver a sua vida. Opinar quando julgar necessário. Os que querem lamber as botas podem continuar. A língua é deles. Se enrijecer eles lá sabem qual será o antídoto.
Parabéns Paulo Vahanle!
Nini Satar