Cerca de 2.9 milhões de pessoas estarão em situação de insegurança alimentar aguda, em Moçambique, até Setembro deste ano. Deste total, cerca de 510 mil pessoas carecem de ajuda humanitária urgente.
Foram apresentados, esta sexta-feira, em Maputo, os actuais dados do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
A situação da fome no país tende a tomar contornos alarmantes. Até Setembro deste ano, mais de 2.9 milhões de Moçambicanos estarão em situação de insegurança alimentar aguda, e precisam de ajuda humanitária urgente.
“Estamos a falar de 2.9 milhões de pessoas em insegurança alimentar aguda, das quais, 510 mil precisam de assistência humanitária. As outras precisam de assistência para poderem recuperar as suas actividades produtivas”, disse a Secretaria executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, Leonor Mondlane.
Foram registados casos de insegurança alimentar em 62 distritos, com maior enfoque para o centro e norte.
“Estamos a falar, na essência, dos 62 distritos que foram avaliados, mas olhamos muito para Cabo Delgado, e também para Sofala, Zambézia e Nampula. Na zona sul, temos inhambane e Gaza”, avançou Leonor Mondlane.
Mercê dos apoios que têm sido canalizados por várias forças vivas, do ano passado a esta parte, o país reduziu, em mais de 100 mil, o número de crianças dos zero aos cinco anos, afectada pela desnutrição crónica.
“Saímos de um cenário em que tínhamos cerca de 209 mil crianças, de zero aos cinco anos, que tiveram choques, no ano passado, com a situação de desnutrição aguda. Neste ano, passamos para 144 mil” esclareceu a responsável.
O governo reitera que o problema da desnutrição não está relacionado apenas à falta de produção agrícola ou alimentos nutritivos, mas sim, aos maus hábitos alimentares.
“Nao vale a pena ter muita comida quando não tenho água segura, práticas de higiene e um sistema de saneamento, porque, no fim, vou ficar doente. Temos que combinar vários elementos, não só na componente de disponibilidade, mas também a própria utilização, processamento e o conhecimento nas comunidades, razão pela qual temos a campanha de educação ‘Crescer Bem”, concluiu Mondlane.
A responsável falava durante a quinta sessão ordinária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, que teve lugar, esta sexta-feira, no gabinete do Primeiro-Ministro. ()