Prossegue o diálogo político entre o Governo de Moçambique e o partido armado, a Renamo, visando a busca da paz efectiva em Moçambique com intervenção de mediadores internacionais, sem, no entanto, grandes avanços no primeiro ponto.
O diálogo entre as partes reiniciou segunda-feira da semana em curso, após dez dias de interrupção a pedido dos mediadores, num encontro marcado pela ausência de Mário Raffaelli, um mediador que desempenhou papel de relevo para a assinatura do Acordo Geral da Paz (AGP), entre o governo e a Renamo, em 1992.
Após o encontro com a delegação do Governo, ontem, os mediadores reuniram-se `a porta fechada, sem a presença de outros actores principais do diálogo político.
“Amanhã (hoje) vamos nos reunir aqui com a delegação da Renamo. Hoje (ontem) encontramo-nos com a delegação do Governo”, disse o Padre Ângelo, que integra o grupo de facilitadores do diálogo.
O primeiro ponto da agenda do diálogo está relacionado com a pretensão da Renamo de governar nas seis províncias que alega ter vencido nas últimas eleições gerais realizadas em 2014.
A actual Constituição da República, aprovada pelo partido governamental, a Frelimo, e a própria Renamo, não prevê autarquias provinciais, nem ‘províncias independentes’.
O Governo confiou, como mediadores internacionais, no ex-presidente do Botswana, Quett Masire, na Fundação Global Leadership (do antigo secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Africanos, Chester Crocker), a Fundação Faith, liderada pelo antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o antigo Presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete.
Por sua vez, a Renamo escolheu a União Europeia, a Igreja Católica e o governo sul-africano.
[Fonte: Folha de Maputo]