Eduardo Chivambo Mondlane, arquitecto da unidade nacional e primeiro Presidente da Frelimo, foi homenageado sábado pelo Distrito Municipal KaMpfumu, na cidade de Maputo, no quadro dos preparativos da celebração dos 50 anos do II Congresso do partido no poder, a ter lugar no dia 25 do mês em curso em Matchedje, província do Niassa.
A homenagem ao herói nacional foi realizada na estátua que ostenta o seu nome. Centenas de membros e simpatizantes da Frelimo, entre dirigentes e quadros aos vários níveis, membros da Comissão Política, do Comité Central e deputados residentes na cidade capital, fizeram-se presentes no local, logo às primeiras horas, trajados a rigor, empunhando dísticos e cantando canções revolucionárias dos tempos da luta de libertação nacional e da construção do Estado.
O acto consistiu na deposição de flores na estátua de Eduardo Mondlane e em intervenções do primeiro secretário do partido no Distrito KaMpfumu, Amosse Chicualacuala, do primeiro secretário do Comité da Cidade, Francisco Mabjaia, família Mondlane e do secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino.
Na sua intervenção, Chicualacuala disse que o secretariado do Comité Distrital de KaMpfumu deliberou homenagear duas figuras importantes, no contexto das celebrações do II Congresso, nomeadamente, o comandante Filipe Samuel Magaia e Eduardo Chivambo Mondlane, primeiro Presidente da Frelimo, a quem coube a direcção, com sucesso, do evento histórico, de 20 a 25 de Julho de 1968.
Justificou que a escolha das duas figuras mereceu uma atenção especial dos membros do secretariado do Comité Distrital, pois fazem parte de uma série de heróis que o distrito gostaria de homenagear como forma de valorizar e exaltar a história da revolução moçambicana e da independência nacional.
Disse que Eduardo Mondlane teve um privilégio especial, ao conseguir uma oportunidade de estudar dentro e fora de Moçambique até ao nível de doutoramento em Sociologia. Foi funcionário das Nações Unidas como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e docente de História e Sociologia, em Nova Iorque, Estados Unidos.
Por amor à sua pátria, Mondlane abandonou a vida de luxo que tinha nos Estados Unidos e em 1962 fundou a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), tendo sido eleito o seu presidente. Amosse Chicualacuala afirmou que sob a sua liderança foi desencadeada a luta de libertação nacional, a 25 de Setembro de 1964, no posto administrativo de Chai, em Cabo Delgado.
Mondlane dirigiu com sabedoria o II Congresso da Frelimo e foi reeleito presidente. Nesse congresso, disse, a Frelimo reafirmou a sua política definida de lutar pela independência total e completa de Moçambique.
O primeiro secretário do Comité da Cidade felicitou o Distrito Municipal KaMpfumu, a direcção do partido e os membros e simpatizantes, pela organização no evento.
O secretário-geral da ACLL disse, entre outras coisas, que Eduardo Mondlane cumpriu a sua missão, unindo os moçambicanos para a insurreição armada contra o colonialismo português. Segundo afirmou, Mondlane sempre dizia que podia morrer, mas a luta devia continuar.
“Nós estamos aqui para dizer que continuaremos a libertar este país noutras vertentes”, afirmou, explicando que foi a partir do II Congresso que foi dado o golpe final ao colonialismo.
Entretanto, Fernando Faustino insurgiu-se contra a existência do que chamou indivíduos que passam a vida na fofoca, na intriga e a fomentar o tribalismo. Segundo o secretário-geral da ACLNN, a Frelimo não é propriedade de ninguém, mas de todos.
Por seu turno, Edy Mondlane agradeceu o gesto dos membros e simpatizantes da Frelimo, afirmando que para a família Mondlane renova a sua responsabilidade na preservação do legado do arquitecto da unidade nacional. Acrescentou que o acto faz lembrar que Eduardo Mondlane e os seus companheiros tinham uma visão clara da legitimidade da luta do povo moçambicano pela sua autodeterminação.
Convidou os jovens a se inspirarem no exemplo de Mondlane, consentindo desafios e abraçando causas colectivas, bem como a acreditar em si e assumir uma postura patriótica, sobretudo nos momentos difíceis.