Os acionistas da companhia LAM – Linhas Aéreas de Moçambique decidiram exonerar os membros do Conselho de Administração da LAM e criar uma Comissão de Gestão, para assegurar o funcionamento normal da empresa.
As decisões foram tomadas pela Assembleia-Geral Extraordinária, reunida na cidade de Maputo nesta quinta-feira, dia 5 de julho, segundo informa um comunicado do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), que tutela os interesses públicos nas empresas participadas em Moçambique.
É o fim esperado depois dos incidentes verificados nos últimos dias, devido à inabilidade da Comissão Executiva em lidar com o dossier das alegadas dívidas às empresas fornecedoras de combustíveis para aeronaves.
Na quarta-feira, dia 4 de julho, o ministro dos Transportes e Comunicações tinha confirmado à imprensa moçambicana a ocorrência do que chamou “distúrbios de gestão nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM)”, originados pela falta fornecimento de combustível por alegadas dívidas com fornecedores.
Na sequência, vários voos da companhia foram cancelados ou atrasados, gerando transtornos às centenas de passageiros que pretendiam viajar para diversos destinos a partir de vários aeroportos do país. E entre eles estava o primeiro-ministro Agostinho do Rosário que seguia para Lichinga, no norte de Moçambique, em viagem de trabalho.
Confrontado com a situação, Carlos Mesquita não se referiu aos montantes envolvidos na aludida dívida, mas garantiu que as partes já estavam a realizar reuniões de reconciliação de contas, visando ao restabelecimento do fornecimento do combustível necessário para a retoma e normalização dos voos.
Mesquita disse acreditar que se trata de “provável falha de registos nos mecanismos de controlo dos fluxos de dinheiro entre a LAM e a sua gasolineira” pois, conforme disse, “a empresa tem vindo a pagar pelo combustível que solicita…”
Num comunicado distribuído à imprensa, a LAM confirmou o cancelamento de alguns voos que tinham sido programados para quarta-feira e explica que tal ficou a dever-se às limitações financeiras que a companhia enfrenta, que inviabilizam a aquisição de combustível para as aeronaves. Ultimamente, segundo o comunicado, o combustível é fornecido mediante pré-pagamento.
A nota da companhia acrescentava que a situação foi regularizada ao fim da manhã após entendimentos com o fornecedor, prosseguindo esforços para normalização da operação de voos.
Verificando as edições digitais de diversos meios de comunicação em Moçambique, nomeadamente os que não são afetos ao Governo, desde há várias semanas que este Conselho de Administração estava a ser contestado pela sua atuação à frente da companhia aérea de bandeira nacional. O Conselho da Administração da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique era composto por quatro elementos liderados por António Pinto que era até a tarde desta quinta-feira, dia 5 de julho, o Presidente da Comissão Executiva.