A Fundação Armando Emílio Guebuza lançou a 27 de junho, a reedição do livro do seu patrono Armando Guebuza (antigo Presidente da República de Moçambique), intitulado “Os Tambores Cantam”, editado em 2006 sob chancela da Produções Lua.
Trata-se de uma obra com cerca de 30 textos líricos escritos pelo poeta Armando Guebuza no tempo colonial (antes e durante a luta de libertação nacional), e publicados em revistas e jornais nacionais e internacionais, com destaque para A Tribuna, O Brado Africano e Poesia de Combate.
Nos poemas são notórias as marcas de pan-africanismo e negritude, envolvendo um forte sentimento nacionalista e revolucionário.
Com uma linguagem simples e directa, Armando Guebuza, no conjunto dos seus poemas, exterioriza as profundas injustiças sócio-políticas, o sofrimento e imposições do jugo colonial português, e acaba por fazer um discurso de cariz lírico-pedagógico não fugindo, assim, ao mesmo pendor temático-ideológico dos outros poetas guerrilheiros.
Assim, a obra “Os Tambores Cantam” mostra bem que a poesia pode, em casos específicos e historicamente bem demarcados, funcionar como uma arma de consciencialização contra a injustiça, seja ela qual for, porque o Homem criou a poesia como forma de pôr a nu o canto da sua alma.
Segundo Carlos Pessane, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Fundação Amando Emílio Guebuza, a reedição da obra “Os Tambores Cantam” tem em vista adequa-la ao novo contexto.
“A Fundação decidiu reeditar o libro em homenagem ao antigo Chefe do Estado e patrono da Fundação. Também porque era precisa colocar o livro nas prateleiras com uma nova roupagem e num contexto actual”, referiu Carlos Pessane.
Uma das inovações que a obra traz é a introdução de artigos de análise (ensaios) do académico Nataniel Ngomane e do escritor Marcelo Panguana. A edição de 2006 foi prefaciada pelo saudoso poeta e escritor moçambicano Calane da Silva e nesta reedição foi incorporado, também, um prefácio da escritora moçambicana Paulina Chiziane.