O antigo Presidente do Brasil acusa a Polícia Federal de “inventar um hacker” para justificar a divulgação de mensagens do actual ministro da Justiça e Segurança Pública.
Lula da Silva atacou o actual president do Brasil, Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sergio Moro e a Polícia Federal, numa entrevista dada à TVE/Bahia, a partir da prisão, em Curitiba.
No teaser da entrevista, transmitida na noite desta sexta-feira, no Brasil, Lula afirmou que teve “muita oportunidade” de deixar o Brasil e evitar ser preso.
“Estou aqui porque quero. Não quis sair (do Brasil) porque a forma de eu ajudar a colocar bandido na cadeia é ficar aqui. Quanto tempo, eu não sei. Mas é daqui de dentro que quero provar que eles são bandidos e eu não”, disse.
Mas o antigo presidente do Brasil faz declarações ainda mais incendiárias. Questiona o facto do tablet do seu neto ter sido apreendido, enquanto o telefone do ex-deputado Eduardo Cunha não ter sido nem verificado pelas autoridades, segundo divulgou o site Buzzfeed News Brasil.
“O que tinha no telefone do Eduardo Cunha que o Moro não queria que ninguém soubesse? Moro tem que explicar e não tem mais toga. Se ele se escondeu atrás da toga, ele não pode fazê-lo mais. Virou cidadão comum e precisa de explicar para a sociedade brasileira”.
Sobre a Operação Lava Jato, Lula acusou os EUA de interferência. “Hoje vejo claramente que tudo o que está a acontecer aqui no Brasil da Lava Jato tem dedo dos americanos. O departamento de Justiça americano manda mais no Moro do que a mulher dele”.
Ainda durante o mesmo teaser, Lula aponta o dedo à Polícia Federal garantindo que esta “inventou um hacker” em Ribeirão para justificar a divulgação de mensagens de Sergio Moro e diz que esta força de segurança brasileira “não tem coragem de prender o Queiroz”. “Ou o Queiroz está morto, ou evaporou”, diz, referindo-se a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Folha de Maputo