Em véspera de celebração dos seus 100 dias na Casa Branca, o Presidente norte-americano confessa ter saudades da sua antiga vida e diz-se surpreendido com a dificuldade do cargo.
Polémico, famoso, imprevisível e sem experiência política. Foi assim que o magnata Donald Trump chegou a Washington para ser o 45.º Presidente dos Estados Unidos, a 20 de Janeiro. Este sábado, assinalam-se os seus primeiros 100 dias na Casa Branca, uma data que nem a série de animação norte-americana Os Simpsons deixa escapar. O homem que, durante a campanha, repetiu que iria “arranjar os EUA sozinho” e “tornar a América grandiosa outra vez” confessa agora, em véspera da celebração dos seus primeiros 100 dias: “Pensava que seria mais fácil”.
Em jeito de desabafo, numa entrevista à Reuters, Trump fez um balanço dos primeiros dias da sua experiência presidencial, voltado para a sua vida antes de chegar à Sala Oval. Sentado na mesa da presidência, o líder norte-americano, mostrou que – ainda – não esqueceu os resultados das eleições. O Presidente fez questão de insistir nos resultados eleitorais – e a derrota de Hillary Clinton – apresentando aos jornalistas cópias do que disse ser “o mapa final dos números”, marcados a vermelho, a cor dos republicanos. “É bom, não é?”, vincou.
A entrevista continuaria com um Trump saudoso. “Eu adorava a minha vida antiga. Tinha tantas coisas”, conta Trump. “Isto [a presidência] dá mais trabalho do que aquele que eu tinha. Pensava que seria mais fácil”, continua. “Tenho saudades da minha vida antiga”, confessou ainda o líder dos EUA, que elaborou um “contrato com o eleitor norte-americano“, com um conjunto de resoluções a cumprir nos primeiros 100 dias. A maioria das propostas não foi concretizada, como é exemplo a substituição do Obamacare ou a proibição de entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana no país.
Acostumado à exposição da sua vida privada, o líder dos EUA diz que não estava preparado para as mudanças que ser Presidente de uma das mais poderosas nações do mundo implica. “Gosto de conduzir. Agora já não posso”, notou o Presidente, surpreendido.
“Mesmo tendo pouca privacidade na minha vida antiga, porque, sabes, sou famoso há muito tempo, mesmo, isto é muito menos privacidade do que já tive. Isto é, sabes, algo absolutamente maravilhoso. Ficas mesmo preso no teu próprio casulo, porque tens uma segurança e protecção massiva que não consegues ir a lado nenhum”, disse, referindo-se à protecção de 24 horas dos agentes dos Serviços Secretos.
Trump comentou ainda a sua ausência no jantar dos correspondentes na Casa Branca, justificando que se sente tratado injustamente pela imprensa. “Mas no próximo ano, irei. Sem dúvida“, garantiu.
Fonte: Público.pt