O líder da oposição do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, está em "estado crítico" num hospital sul-africano, onde se encontra em tratamento a um cancro no cólon

Morgan Tsvangirai em “estado crítico” devido a cancro

O líder da oposição do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, está em “estado crítico” num hospital sul-africano, onde se encontra em tratamento a um cancro no cólon, noticia o jornal zimbabweano Daily News.

Segundo aquele diário, que cita fontes próximas da família do presidente do Movimento para as Mudanças Democráticas (MDC), Tsvangirai está internado no Hospital Wits Donald Gordon, em Joanesburgo, e está com um “esgotamento” e com “perda de peso e de massa muscular”

“Perdeu o apetite, custa-lhe comer e beber líquidos. Segunda-feira diziam que respirava lentamente, algumas vezes com pausas muito grandes”, acrescenta-se na notícia do Daily News.

Contactado perla agência noticiosa espanhola EFE, o secretário-geral do MDC, Douglas Mwonzora, indicou ser necessária “prudência” na hora de dar credibilidade às informações avançadas pelo Daily News, adiantando que o partido não tem quaisquer notícias sobre o estado de saúde de Tsvangirai.

“Não temos estas informações sobre o estado de saúde ter piorado. As informações do jornal parecem anteriores às últimas que nos disse a família, em que indicavam que tinha melhorado significativamente”, referiu Mwonzora.

No interior do partido são cada vez maiores as indicações de uma divisão no MDC, sobretudo pela aproximação das eleições presidenciais previstas para Julho próximo, pois Tsvangirai admitiu, recentemente, que não seria candidato devido ao seu estado de saúde, sucedendo-se então movimentações internas para lhe suceder.

Mwonzora disse que o partido está “muito preocupado” com o futuro do MDC sem Tsvangirai – “é uma imagem de marca e um estandarte”, figura chave na política recente do país e que foi o primeiro dirigente da oposição a ameaçar o regime de Mugabe, que venceu na primeira volta das presidenciais de 2008.

No entanto, e face a ameaças de violência generalizada no país, o que chegou a acontecer durante vários dias, Tsvangirai retirou a candidatura e não disputou a segunda volta.

Às eleições, as primeiras sem o “histórico” chefe de Estado Robert Mugabe, obrigado a demitir-se em Novembro último, concorre o actual presidente interino do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, apoiado pela União Nacional Africana do Zimbabué — Frente Patriótica (ZANU-PF, no poder desde a independência, em 1980).

Mnangagwa, que foi vice-presidente de Mugabe, esteve na génese do afastamento de Mugabe, pelos militares, e, depois de regressar do exílio na África do Sul, foi escolhido para liderar o Zimbabwe até à realização de novas eleições, prometendo um escrutínio “livre, justo e credível”.

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