Afonso Dhlakama diz que as negociações pararam e que não se chegou a um entendimento sobre a paz por culpa do Governo. Mas, se dependesse dele, os moçambicanos celebrariam o Natal em paz.
“Quero aproveitar esta ocasião para dizer que estaríamos a entrar nesta festa de Natal com a trégua, isto é, com a sessação de hostilidades militares. Já havia decidido e combinado com a Comissão Mista das negociações aí em Maputo”, contou Afonso Dhlakama.
Durante o informe anual apresentado esta segunda-feira, o Presidente da República mostrou-se disposto a falar com o líder do maior partido de oposição. Em contacto telefónico, hoje, com a nossa redacção, Afonso Dhlakama disse que estava também disponível a manter um encontro com Filipe Nyusi, mas que isso não deve substituir as negociações em curso.
“Se ele falou do fundo do coração, é um bom gesto, para demonstrar que poderá haver o encontro para conversa. Mas isto não significa substituir o diálogo que está em curso, porque há representação da Renamo e do Governo. Se de facto há um assunto importante para ele transmitir, pode o fazer através desta equipa. Mas se existir um assunto que só pode ser entre os dois líderes é positivo, não há problemas”, disse.
Questionado sobre o porquê da Renamo não prescindir da presença dos mediadores no processo de diálogo, Afonso Dhlakama defendeu a posição do seu partido dizendo que foi graças aos mediadores que as partes chegaram a algum consenso (criação do pacote da descentralização).
“Os mediadores, como deve saber, não vêm para ditar ordens nem para o Governo e nem para a Renamo, apenas para ajudar. Chegamos ao ponto onde chegamos graças à intervenção dos mediadores. Então ficou estranho para nós, dizer que tem de se criar um grupo dentro da Comissão Mista em que só estivessem moçambicanos”.
Fonte: Opais