África do Sul abandona Tribunal Penal Internacional

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País será o primeiro a abandonar o Tribunal Penal Internacional.

Em carta enviada à Organização das Nações Unidas (ONU), o governo de Pretória (África do Sul) manifestou sua intenção de deixar o Tribunal Penal Internacional (TPI). Na carta, enviada na quarta-feira (19/10), a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Maite NKoana-Mashabane, afirma que a decisão passará a vigorar em um ano.
Segunda a ministra, a África do Sul “considera que as suas obrigações relativamente à resolução pacífica de conflitos são por vezes incompatíveis com a interpretação dada pelo Tribunal Penal Internacional“.
A decisão teve origem em situação ocorrida no ano passado, quando a África do Sul autorizou o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, a visitar o país para uma reunião da União Africana, apesar do chefe de Estado enfrentar um mandado de captura do TPI. O governo africano alegou que Bashir tinha imunidade como presidente de um estado-membro. O TPI quer deter Bashir por alegados crimes de guerra relacionados ao conflito na região sudanesa do Darfur.
A decisão da África do Sul de abandonar o TPI já provocou reacções entre as organizações de defesa dos direitos humanos, com a Human Rights Watch, para a qual a medida “mostra um alarmante desrespeito pela justiça por parte de um país há muito visto como um líder global na responsabilização em nome das vítimas dos crimes mais graves“.

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Já no início deste mês, o Burundi disse que se retiraria do TPI, enquanto a Namíbia e o Quênia também levantaram essa possibilidade. Alguns governos africanos dizem que o TPI tem um preconceito pós-colonial contra os líderes da região.
A decisão da África do Sul de não deter Bashir no ano passado levou a uma onda de críticas que resultou na ameaça de Pretória sair do TPI.
O líder sudanês tem escapado à detenção desde que foi acusado em 2009 por alegados crimes no conflito de Darfur, no qual morreram 300 mil pessoas e dois milhões foram forçados a fugir.
O TPI foi constituído em 2002 para julgar as piores atrocidades, que não podem ser tratadas pelos tribunais nacionais, mas tem enfrentado a falta de cooperação dos governos.
A concretizar-se a saída anunciada, a África do Sul será o primeiro país a abandonar o TPI.
Os EUA assinaram o tratado de fundação do tribunal, mas nunca o ratificaram.
 (Informações da Lusa/www.tribunadodireito.com)

Author: Redacção

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