Governo moçambicano está a apoiar PGR na investigação às dívidas ocultas

O Governo de Moçambique está determinado a apoiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação às dívidas ocultas, disse hoje o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

“Reafirmamos a nossa determinação em continuar a colaborar com a PGR na realização do seu trabalho. É importante que continuemos a depositar confiança nas instituições de justiça do nosso país que tudo estão a fazer para o desfecho deste processo”, referiu.

A declaração política foi feita na abertura de uma conferência sobre investimento e negócios organizada pelo jornal internacional Finantial Times, em Maputo, em que o tema da dívida centrou boa parte da conversa.

Uma auditoria foi revelada em junho, indiciando várias irregularidades e um bloqueio de empresas estatais no acesso a informação, sem que até hoje tenham sido conhecidos desenvolvimentos.

Conselho Constitucional já reuniu assinaturas suficientes para ilegalizar dívida da EMATUM, na Conta Geral do Estado de 2014.

Carlos Agostinho do Rosário acredita que o desfecho surgirá e que “com as reformas em curso e os passos dados para o reforço da transparência”, Moçambique poderá continuar a contar “com o apoio dos parceiros de cooperação”.

Os doadores diretos do Orçamento de Estado (OE) de Moçambique, em que se inclui Portugal, suspenderam os apoios em 2016 depois de conhecida a totalidade das dívidas ocultas obtida ilegalmente com garantias soberanas do Estado, no valor de dois mil milhões de dólares.

Os doadores aguardam por informação à qual foi negado acesso à auditora Kroll, para perceber para onde foi o dinheiro.

Adriano Maleiane, ministro das Finanças, outro orador no evento, disse até que o Governo está disposto a apoiar a PGR para o caso de ser necessário contratar outra instituição e fazer novas averiguações mais especializadas para “verificar esses dados”.

O titular das Finanças foi reservado nas respostas, deixando mesmo por clarificar a resposta a uma pergunta sobre se acha que os dois mil milhões de dólares de dívida oculta foram bem empregues ou se parte desapareceu.

Os valores envolvidos “não são trocos nem para Bill Gates”, um dos homens mais ricos do mundo, gracejou um dos moderadores acerca dos contornos do escândalo que por vezes motivaram gargalhadas entre a plateia.

Maleiane referiu que Moçambique está “a caminhar muito bem para que a situação seja clarificada”, com vontade de tirar o tema do caminho e de chegar a bom porto nas negociações com os credores, porque o país “precisa deles no futuro”.

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