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Afonso Dhlakama frisou que Mário Soares foi uma figura simples e amigo do povo de Moçambique

Além dos vários presidentes do mundo, incluindo Filipe Nyusi, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, também referiu-se aos feitos de Mário Soares.

Na opinião de Dhlakama, o político português não foi apenas um amigo do seu partido e pessoal, mas também da Frelimo e do país inteiro.

Num discurso emitido por telemóvel, Afonso Dhlakama frisou que Soares foi uma figura simples, um homem que não só compreendia os dilemas dos moçambicanos como procurou ajudar. Foi “um homem que fazia a ligação com o povo moçambicano”, diz Dhlakama na mensagem que transcrevemos abaixo.

“De facto perdemos um amigo. Mário Soares era amigo do povo de Moçambique cuja história de ligação com Moçambique todos nós a conhecemos. Mário Soares esteve envolvido nas negociações de Lusaka que culminaram com os Acordos de Lusaka, em 1974.

Conheci-lhe pessoalmente. Embora em termos ideológicos fosse socialista, era muito meu amigo, muito pessoal, ele e a esposa que faleceu ano passado, a Doutora Maria Barroso. Trabalhei com ela porque dirigia uma organização humanitária que, às vezes, quando houvesse fome, distribuía alimentos aqui em Moçambique, mais concretamente naquela zona de Namaacha, em Maputo.

Mas mesmo com ele, na altura em que já era Presidente, eu chegava a Portugal e não precisava de protocolo, recebia-me. Era amigo pessoal, independentemente de questões protocolares, era muito simples.

Mário Soares era amigo de Moçambique, da Frelimo, da Renamo e do povo em geral. Um homem que fazia a ligação com o povo moçambicano. Perdemos um dos grandes amigos da Europa, para além de falar a língua portuguesa, pela maneira como compreendia os problemas de Moçambique e procurava ajudar o país.

Portanto, posso dizer que perdemos um grande político português, um amigo que, do fundo do coração, compreendia os problemas do povo de Moçambique.

Para os jovens é importante recordar que, nós, seres humanos, começamos a identificar-nos como pessoas verdadeiras quando jovens e vamos ficando velhos sem mudarmos o nosso comportamento que é favorável à maioria de um país. É isso que aconteceu com Mário Soares”, lembrou Afonso Dhlakama.

Fonte: O País

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