Orlando Quilambo poderá ser afastado da Reitoria da UEM por permitir homenagem a Gilles Cistac

Pela primeira vez na sua história, a nomeação do Reitor da Universidade Eduardo Mondlane deixara de ter orientação geral do Conselho Universitário e passa a ser através de um processo de selecção de candidatos, onde após o acto da eleição dos três candidatos pelos membros do Conselho Universitário serão submetidos à apreciação pelo Presidente da República para a respectiva escolha de um dos nomes para ser nomeado no cargo de Reitor da UEM em substituição de Orlando Quilambo.
Entretanto, o SAVANA sabe que a imortalização do docente e constitucionalista Gilles Cistac pela Faculdade de Direito da UEM, através de plantio de uma árvore e atribuição do seu nome à biblioteca, tramou Orlando Quilambo, que deverá não ser nomeado para continuar a frente desta instituição pública de ensino superior. Nos corredores do Conselho Universitário, o nome do actual Reitor constitui uma carta fora do baralho por suposta “manifesta incapacidade de gestão e perda de controlo” alegadamente por ter permitido que a Faculdade de Direito atribuísse nome da biblioteca a Gilles Cistac. Entretanto, este novo processo é visto como sendo transparente e poderá limitar os mandatos dos reitores.
O mistério sobre o assassinato de Gilles Cistac permanece, cujo espírito já está a fazer vítimas. Alegadamente para imortalizar o seu nome e a sua obra, a Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) teria homenageado o constitucionalista com o plantio de uma árvore no jardim e atribuição do seu nome à biblioteca. O acto foi presenciado por colegas, alunos, amigos e admiradores de Cistac, que não pouparam elogios na hora de justificar o motivo da homenagem. Dentre eles, encontrava-se o Embaixador da França, Bruno Clerc, representantes Associação Francesa do Mundo, lsabelle Ciret e do Tribunal Administrativo (Ana Maela).
Na ocasião, também foi enaltecido o contributo de Gilies Cistac na literatura moçambicana e na melhoria dos pacotes legislativos em Moçambique, facto que incentiva a nova geração a dar continuidade ao seu legado. Todavia, cinco meses depois da Faculdade de Direito da UEM ter colado um memorial em homenagem a Gilies Cistac e ter atribuído o seu nome à biblioteca, a direcção da faculdade recuou na sua decisão e mandou anular aquela acção, alegando que o processo não obedeceu a regulamentação da universidade.
“Na sua sessão ordinária de 29 de Março de 2016, o Conselho de Faculdade de Direito apreciou o processo de atribuição de nome de Gilles Cistac, tendo concluído que este não obedeceu à regulamentação vigente na UEM, tendo declarado a nulidade do processo, cujo acto é de um simbolismo que extravasa o domínio de intervenção isolada da Faculdade de Direito”, lê-se no comunicado distribuído na altura. O documento diz que, antes de tomar a decisão, a faculdade deveria ter respeitado alguns passos. “Por uma questão de ética e de justiça, a atribuição de nome na Universidade Eduardo Mondlane rege-se pelo Regulamento do Direito de Atribuição de Nome na UEM que pressupõe, entre outros passos, a submissão de proposta à Comissão Técnica de Verificação de Nomes da UEM”, explicou-se.
 
 
Via jornalSavana

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